Otamendi bem disse que era “un día à la vez”, mas que seja sempre o dia de Trubin (a crónica do V. Guimarães-Benfica)

Não que fosse abundante até aí, mas o empate contra o Arouca deixou o Benfica sem qualquer tipo de margem de erro até ao final da temporada. Os dois pontos desperdiçados, em conjunto com os três que o Sporting conquistou em Alvalade perante o Moreirense, faziam com que os encarnados estivessem totalmente obrigados a ganhar no fim de semana de Páscoa para não permitir que os leões fugissem na liderança.

O adversário, porém, não era o mais apetecível. Este sábado, o Benfica deslocava-se ao D. Afonso Henriques para defrontar um V. Guimarães que estava tranquilo no quinto lugar do Campeonato, vindo de três vitórias em quatro jogos e já com empates contra Sporting e FC Porto na atual temporada. Ainda assim, e depois de uma semana onde todas as conversas sobre os encarnados giraram à volta de arbitragem, do VAR ou de penáltis, Bruno Lage mantinha a confiança em níveis máximos.

V. Guimarães-Benfica, 0-3

30.ª jornada da Primeira Liga

Estádio D. Afonso Henriques, em Guimarães

Árbitro: Gustavo Correia (AF Porto)

V. Guimarães: Bruno Varela, Miguel Maga, Filipe Relvas, Mikel Villanueva, João Miguel Mendes, Tiago Silva (Vando Félix, 81′), Tomás Händel, Telmo Arcanjo, João Mendes, Gustavo Silva (Nuno Santos, 56′), Nélson Oliveira (Chucho Ramírez, 45′)

Suplentes não utilizados: Charles Silva, Óscar Rivas, Beni Mukendi, Samu Silva, Vando Félix, Hevertton Santos, Bruno Gaspar

Treinador: Luís Freire

Benfica: Trubin, Tomás Araújo (Leandro Barreiro, 72′), Otamendi, António Silva, Álvaro Carreras, Florentino, Fredrik Aursnes, Kökçü (Bruma, 85′), Di María (Schjelderup, 53′), Pavlidis (Belotti, 85′), Aktürkoğlu (Samuel Dahl, 85′)

Suplentes não utilizados: Samuel Soares, Amdouni, Arthur Cabral, Tiago Gouveia

Treinador: Bruno Lage

Golos: Pavlidis (21′ e 84′), Álvaro Carreras (77′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Aktürkoğlu (45+1′), a Mikel Villanueva (52′), a Álvaro Carreras (71′), a Samu (82′), a Di María (90+1′), a Florentino (90+4′)

“Perspetiva-se um grande jogo, pela forma como o Vitória joga, com enorme qualidade, e pelo que temos vindo a fazer. Ambas as equipas vão querer vencer. Estamos com a motivação em alta, queremos os três pontos. Fazemos a análise como sempre, é mobilizar os jogadores para o jogo seguinte. É jogo a jogo. O nosso capitão surgiu com uma tatuagem nova que faz sentido, diz ‘un día à la vez’ [‘um dia de cada vez’], faz sentido. É assim que fazemos sempre, seja qual for o resultado. A equipa está concentradíssima”, garantiu o treinador encarnado, referindo-se à tatuagem na cabeça com que Otamendi surgiu nos treinos durante a semana.

Neste contexto, no D. Afonso Henriques e debaixo de uma autêntica tempestade que obrigou a que as linhas fossem remarcadas antes do apito inicial, Bruno Lage não fazia qualquer alteração ao onze inicial que empatou com o Arouca e mantinha Di María e Aktürkoğlu no apoio a Pavlidis, com Aursnes, Florentino e Kökçü no setor intermédio. Do outro lado, Luís Freire tinha Nélson Oliveira como referência ofensiva, com Telmo Arcanjo e Gustavo Silva a caírem nos corredores e João Mendes a aparecer nas costas do avançado.

????????Vangelis Pavlidis marca há 4 jogos consecutivos, iguala o melhor registo da temporada (fevereiro 2025).

Marcou 60% dos golos dos últimos quatro jogos do Benfica. pic.twitter.com/NZrQq5Lgak

— Playmaker (@playmaker_PT) April 19, 2025

O V. Guimarães entrou com um ritmo muito alto e poderia ter inaugurado o marcador logo nos instantes iniciais, com Telmo Arcanjo a desviar ao lado depois de um enorme cruzamento de Tomás Händel na esquerda (2′). Os vimaranenses mantiveram o ascendente ao longo do primeiro quarto de hora, ainda que sem a capacidade de voltar a criar muito perigo, e só ficaram novamente perto do golo com um cabeceamento de João Miguel Mendes que passou por cima (20′).

Por volta da mesma altura, porém, o Benfica foi conseguindo reagir — e abriu mesmo o marcador na primeira oportunidade de que beneficiou. Florentino abriu da direita para a esquerda numa transição rápida perfeita, Aktürkoğlu soltou Kökçü e Bruno Varela ainda defendeu o remate do turco antes de Pavlidis, na recarga, desviar para a baliza deserta (21′). O V. Guimarães sentiu muito o golo sofrido e permitiu minutos de superioridade aos encarnados, com Aktürkoğlu a rematar para defesa de Varela (26′) e Pavlidis a marcar novamente, mas a ver o golo anulado por fora de jogo (28′).

⏱️ 35’ | Vitória 0 – 1 Benfica

◉ Começam a pedir-nos o mapa de passes de Di Maria nos replies e ele aqui está: 6 passes falhados (máximo do jogo por esta altura) em 11 tentados, com o argentino a liderar as perdas de posse (9) entre os encarnados#VSCSLB #LigaPortugal pic.twitter.com/mQqXVtVcCG

— GoalPoint (@_Goalpoint) April 19, 2025

A partir da meia-hora, contudo, os vimaranenses voltaram a acordar. A equipa de Luís Freire poderia ter empatado na sequência de um livre cobrado por Telmo Arcanjo na direita, com Trubin a evitar o golo de Filipe Relvas com uma enorme defesa (34′), e o guarda-redes ucraniano voltou a ser crucial ao parar um cabeceamento de Villanueva no lance seguinte (35′). Antes do fim da primeira parte, Nélson Oliveira testou novamente os reflexos de Trubin (37′), que ia salvaguardando a vantagem encarnada.

Ao intervalo, o Benfica estava a vencer o V. Guimarães no D. Afonso Henriques pela margem mínima e graças a um golo de Pavlidis que era o exemplo da eficácia máxima dos encarnados. Ainda assim, os vimaranenses iam demonstrando que queriam continuar a lutar pelo resultado e mantinham a pressão alta ao adversário, sem permitir grande espaço para aventuras e alcançando várias recuperações de bola no meio-campo contrário.

⏱️ INTERVALO | Vitória 0 – 1 Benfica

◉ Minhotos entraram fortes e retomaram o ascendente após Pavlidis os ter deixado atordoados mas as equipas criaram o mesmo perigo, com as “águias” a mostrarem a eficácia que se exige num candidato#VSCSLB #LigaPortugal pic.twitter.com/xDL34wkHZ6

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Luís Freire mexeu logo ao intervalo e trocou a referência ofensiva, lançando Chucho Ramírez no lugar de Nélson Oliveira, e Bruno Lage foi forçado a mexer ainda nos primeiros minutos da segunda parte, com Di María a pedir para ser substituído após sentir uma dor na coxa e Schjelderup a entrar. O V. Guimarães regressou dos balneários com uma intensidade semelhante àquela com que tinha ido para o intervalo e os minutos deixavam perceber que o Benfica não iria ter qualquer problema em oferecer a iniciativa ao adversário para depois explorar um eventual contra-ataque.

Os vimaranenses beneficiaram de uma boa oportunidade para empatar, com Nuno Santos a cabecear por cima depois de um cruzamento de João Miguel Mendes na esquerda (67′), e Bruno Lage sofreu mais uma contrariedade por nova lesão de Tomás Araújo, que foi substituído por Leandro Barreiro e motivou a ida de Aursnes para a direita da defesa. Os encarnados mantinham o bloco baixo, sem qualquer interesse na posse de bola e apenas nas transições rápidas e na exploração do espaço que poderia aparecer nas costas da defesa contrária, e o V. Guimarães ia insistindo.

????????Álvaro Carreras marca o 5.º golo pelas águias, o 4.º nesta temporada.

Marcou o 4.º golo em 2024/25: Vitória SC (F), SC Braga (N), FC Porto (C), Farense (F) pic.twitter.com/XgwG6T3DQL

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O Benfica ficou muito perto de aumentar a vantagem numa dessas transições, com Schjelderup a rematar em jeito para uma boa defesa de Bruno Varela (76′), e acabou mesmo por mostrar que a eficácia seria a característica mais importante do jogo. Álvaro Carreras recebeu na esquerda, passou por Miguel Maga e atirou cruzado, já com pouco ângulo, para bater Bruno Varela e tranquilizar os encarnados (77′). Chucho Ramírez ficou perto de reduzir logo depois, com Trubin a ser novamente crucial com uma enorme intervenção (80′), mas Pavlidis sentenciou a partida ao bisar numa recarga a um erro de Bruno Varela após livre direto de Kökçü (84′).

O Benfica venceu o V. Guimarães no D. Afonso Henriques, voltou aos triunfos e igualou novamente o Sporting na liderança do Campeonato. Num dia em que os encarnados se fizeram valer essencialmente da eficácia e abdicaram da posse de bola, com Pavlidis a bisar e a ser novamente o abono de família da equipa, Trubin tornou-se crucial com várias defesas quando a vantagem ainda era mínima — e se Otamendi quer que seja “un día à la vez”, que seja sempre o dia de Trubin.

⏱️ FINAL | Vitória 0 – 3 Benfica

◉ Águias vencem teste do Castelo e mantém-se colados aos leões◉ SLB nem precisou dominar para golear, com Trubin & Pavlidis a gerirem o caminho da vitória

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